É claro que todos vocês leitores conhecem jogos de tabuleiro, principalmente os clássicos como banco imobiliário. Mas isso foi praticamente extinto juntamente com diversas outras memórias que guardamos. Mas recentemente encontrei algo incomum. Confiram abaixo. Nesta última sexta-feira santa aconteceu algo um pouco diferente. Devido à data, algumas famílias costumam, por tradição, reunir os seus respectivos membros e almoçam juntos. A minha é um exemplo disso, então estávamos todos reunidos. Entretanto, alguns não comem peixe (sou um exemplo disso) e decidiram almoçar em um Subway próximo. Fui convidado a ir e, mesmo já tendo almoçado, decido acompanhá-los. Ao chegarmos lá, deparo-me com algo um pouco, digamos, inusitado. Um grupo, de aproximadamente 10 pessoas, ocupando duas mesas da lanchonete. Ao lado, vi algo pendurado na porta de vidro do estabelecimento. Permitam-me expor isto utilizando uma imagem:
Durante todo o tempo que apreciei meu suco, eu admirava aquelas pessoas ali e sentia algo que não consigo defini-lo como vontade, mas sim uma necessidade de ir lá e conversar com essas pessoas. Foi o que fiz. Apesar da minha timidez natural, senti que eu tinha obrigação de saber tudo o que eu poderia saber sobre eles, ou então um caos interno seria criado em mim. Tomei coragem e fui até lá. Esperava apenas uma recepção normal, já que não havia motivos para ser recebido de outra forma, mas acabei sendo recepcionado de uma forma muito educada e admirável. Claro que eu não esperava ser mal recebido por nenhum membro do grupo, mas é agradável ser bem recebido, principalmente quando absolutamente ninguém lá te conhece. Comecei a conversar com um cara que ia explicando que eles formavam um grupo autorizado a jogar lá, que reunia-se todas as quartas-feiras e últimos sábados do mês para jogar e conversar. Juntamente a isso, ele me disse que iriam começar uma mesa nova e perguntou se eu queria participar. Aceitei sem hesitar e então as regras começaram a ser explicadas para nós, aventureiros iniciantes.

Regras são regras
Iniciamos jogando 7 Wonders que é um jogo de tabuleiro baseado em civilizações onde você representa um governante de uma entre 7 cidades do mundo antigo.
7 Wonders e as expansões Leaders e Cities
Somente as expansões
A mecânica do jogo é sensacional: você deve obter recursos, militarizar e aprimorar sua cidade, e usar diversos recursos adicionais, como líderes, que são cartas que garantem alguma vantagem para o jogador, para vencer os seus oponentes. O mais legal é que, apesar de ser um jogo baseado em cartas, elas não são compradas. Cada jogador tem um número determinado de cartas e pode executar apenas uma ação com uma carta por turno. As outras cartas devem ser passadas para o próximo que, dependendo da era que o jogo estava, o próximo seria o jogador a sua esquerda ou direita. Além disso, o jogo te dá a opção de poder comprar recursos como pedra ou madeira de seus vizinhos (aqueles sentados ao seu lado), pagando a eles uma quantia de moedas do jogo que irá variar de acordo com o que suas cartas fazem, mas costumava ser 2. Exatamente como era feito antigamente. E, em seguida, começamos um jogo:

Pausa para a foto
Após pouco tempo, aquela mesa tornou-se praticamente tudo: o nosso campo de batalhas, o ponto de encontro para venda de recursos, local para doação de dinheiro e, principalmente, transformou-se em um espaço para muita alegria e boa conversa:

Um pouco de socialização
E já passado algum tempo a mais, as cidades foram evoluindo e o jogo começou a ficar mais emocionante.
Servidos de um lanchinho do Subway?
E o jogo continuou. As estratégias foram melhorando e atenção e cautela existiam em excesso em cada ação feita por qualquer um, pois esta poderia facilmente influenciar outro jogador da mesa. Os turnos começaram a demorar mais devido ao grande número de ações e, consequentemente, estratégias que poderiam ser realizadas. Aquele pensamento de ação e reação perturbava a mente de todos e a concentração aumentava com o passar dos turnos e também das eras.

Mudando um pouco o ângulo da foto
E, enquanto disputávamos batalhas épicas entre cidades, a outra mesa jogava um excelente jogo de tabuleiro chamado Mage Wars:

Só por essa imagem dá pra perceber que o jogo é, no mínimo, excelente!
Não tenho mais detalhes do jogo pois não joguei e só sei que eles ficaram, no mínimo, umas 4 ou 5 horas jogando. Por fim, jogamos duas partidas de 7 Wonders e decidimos mudar o jogo.

Daria para sobreviver por semanas sem enjoar
É possível ver na imagem acima que variedade de jogos era o que não faltava. Diante disto, após conversas, decidimos começar uma mesa de Shadows Over Camelot e outra de Manhattan. Para resumir, Shadows Over Camelot é um jogo de tabuleiro cooperativo onde todos os jogadores são Cavaleiros da Távola Redonda aliados e devem realizar quests que vão desde matar o Cavaleiro Negro até encontrar o Santo Graal. Somado a isso, existe dentro do grupo um traidor que está mostrando lealdade e confiança ao grupo, mas isso é apenas parte do seu plano para derrotá-los quando tiver a oportunidade. Não consegui jogá-lo, mas pretendo em breve. Já o Manhattan retrata o período da Guerra Fria e o seu objetivo é conseguir enriquecer a sua nação em urânio ou plutônio para construir bombas e explodir seus inimigos. Durante os turnos, o jogador deve utilizar uma parte do turno no tabuleiro central, onde todos jogam, e outra no tabuleiro particular. No jogo, é possível contratar engenheiros e cientistas, utilizando peões, para que eles possam efetuar tarefas pertinentes a eles. Mas o número de cidadãos é limitado, então toda ação deve ser cautelosa, uma vez que eventualmente o jogador terá que fazer um recall, isto é, chamar todos os peões, engenheiros, cientistas e outros que estão sob seu comando de volta, para poder reutilizá-los. Com eles, cada jogador pode construir universidades, indústrias e outras coisas mais para obter recursos e tropas aéreas. Mas, para impedir seus inimigos, o jogador poderá utilizar aviões de bombardeio e atiradores contra as construções inimigas ou até mesmo contratar espiões que infiltrarão naquela construção e roubarão os recursos. Como o tabuleiro central é utilizado por todos os jogadores, alguns espaços são compartilhados entre os jogadores. Desta forma, o jogador que colocar um cidadão ali, garantirá aquele lugar até que seja feito o recall. E também, cada nação possui uma vantagem única exclusiva, que deve ser utilizada para auxiliar a sua estratégia. Enfim, é um jogo bem complexo e bem divertido.

“Hmm, então você quer explodir alguns países, né?”
Ao terminarmos o jogo (e eu, claro, ter perdido), já estava ficando um pouco tarde, então conversei por mais alguns minutos com todos e decidi deixá-los.

Mais jogos! Detalhe para Guerra do Anel e A Guerra dos Tronos
Ironicamente, na mesma semana, cerca de 2 dias antes, eu havia visto um vídeo (que está abaixo) do Izzy Nobre com um amigo dele dentro da Sentry Box, uma loja nerd gigantesca com tudo o que vocês possam imaginar. E eles, durante o vídeo, estavam sempre mostrando e até mesmo comprando alguns jogos de tabuleiro que jamais ouvimos falar aqui no Brasil. Cheguei até a pesquisar alguns que foram mostrados e, por isso, senti uma vontade enorme de jogar. Coincidência ou não, acabei jogando mesmo.
Quem quiser jogar, este grupo reune-se todas as quartas-feiras a partir das 17h e nos últimos sábados do mês das 11h às 03h do domingo no Subway da Vila Galvão, em Guarulhos/SP. Se interessou? Então aí vão as informações: JogaGuaru – Grupo no Facebook Subway – Av. Dr. Timóteo Penteado, 3370 – Vila Galvão – 07061-001 – Guarulhos/SP E existe um grupo que joga em São Paulo também! O JogaSampa! E é isso, galera. Foi um feriado inesperado, totalmente diferente do que eu planejava. Gostei de cada minuto que fiquei ali, tanto conversando quanto jogando. Era legal também ver a cara das pessoas que entravam ali e ficavam olhando sem entender o porquê daquelas pessoas estarem ali jogando jogos de tabuleiro que mal cabiam naqueles pequenos conjuntos de mesas. Alguns, não satisfeitos, dirigiam-se até a fila acompanhando nossos jogos. Pretendo me reunir com eles sempre que possível para continuar estes momentos excelentes. Momentos que me fazem sentir como se eu estivesse revivendo uma parte da minha infância que nunca foi além dos meus pensamentos.

Bastante concentração
Por fim, agradeço ao grupo por terem conversado comigo e me convidado a jogar, passando boas horas na presença de muita gente excepcional.
Obrigado!